quinta-feira, 19 de maio de 2011

RESENHA: Sublime with Rome without Bud

Como fã, entendo que o sucesso do Sublime está diretamente ligado à morte prematura do mentor e vocalista Bradley Nowell. Sim, pois – infelizmente – ele compôs a maioria das músicas quando estava chapado de heroína. Logo, se ele não tivesse tombado numa overdose há 15 anos, talvez não dançássemos como cordas de baixo quando ouvíssemos um de seus marcantes riffs.

Com isso na cabeça, comprei meu ingresso quatro meses antes da grande noite, esperando ver 2/3 da banda. Mas, para minha surpresa, descobri na véspera que o baterista Bud Gaugh não viera para a turnê sul-americana por motivos pessoais. Matt Ochoa, do Dirty Heads, assumiu as baquetas. Restava o consolo de assistir Eric Wilson marcando o ritmo do reggae-ska-punk-hardcore em seu instrumento de quatro cordas.

A banda de abertura subiu ao palco enquanto boa parte do público estava na longa fila formada fora do Pepsi On Stage. Second Hand é o nome do conjunto porto-alegrense e o homônimo do primeiro álbum de remixagens da trupe de Long Beach. Não tive a oportunidade de vê-los na grande noite de suas vidas. Porém, já os prestigiei algumas vezes e, quando eles mandam ver, é como se alguém colocasse um cd do Sublime e apertasse play, tamanha a fidelidade.

Por volta das 23h20, o frisson da galera anunciava o início do show tão esperado. Rome Ramírez conquistou a platéia antes mesmo de chegar ao microfone, pois vestia nada menos que uma camiseta dos Raimundos. Eric, notavelmente acima do peso, trajava uma camisa do Boca Juniors. Para registro, Matt Ochoa levava estampado no peito o nome de sua banda de origem.

Mas não vim aqui falar de moda. Os caras começaram levantando a galera ao som de Don’t Push, que emendaram com Garden Grove e Right Back. A partir daí, o que se viu e ouviu foi uma mistura de clássicos do Sublime e novas composições feitas a partir da retomada da banda. Rome tem apenas 22 anos, mas carrega um carisma e uma voz que ainda ouviremos por muito tempo. Quando tocaram What I Got, o público cantou em uníssono até depois de a banda ter parado, o que os fez voltar a fazer barulho enquanto a emoção tomava conta de uma multidão cantando em coro: Lovin’ is what I got, I said remember that. Brad, em algum lugar, cantava junto.

Como tudo o que é bom parece passar voando, uma hora e meia depois de subirem ao palco já estavam anunciando a última música, que todos sabiam qual seria. Santeria levou os presentes ao delírio e novamente se ouviu todas as vozes. A banda agradeceu e vazou. O sentimento que ficou foi de frustração porque eles não tocaram vários sons que a galera queria ouvir. Gostaria de ter ouvido Slow Ride, porém não fiquei ressentido, pois curti um baita show com grandes músicos que me botaram para dançar como poucos são capazes de fazer. Era hora de tomar a saideira e buscar o rumo de casa porque Jah won’t pay the bills.

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