
Rio de Janeiro, Praias da Barra da Tijuca e Arpoador. De 10 a 20 de Maio. Um homem escreveu seu nome na história do surf. Adriano de Souza "o mineirinho", 24 anos, venceu o invicto Taj Burrow na final do evento e se tornou o primeiro surfista brasileiro a liderar o ranking da ASP. Com os 100 mil dólares em prêmios e os 10 mil pontos, o atleta desbancou o decacampeão mundial e assumiu o posto de melhor surfista do mundo no momento. Mas a conquista não se resume a simples fatos....
Em uma das competições mais duras dos últimos anos, Mineirinho sofreu. Foram 8 rounds, duas repescagens, longos 10 dias de apreensão, angústia e nervosismo.Enquanto via seus adversários caírem um a um - Primeiro, observou a lenda Kelly Slater assombar nos primeiros dias e desmoronar diante de um Bobby Martinez não menos inspirado, depois foi a vez do Sul-africano Jordy Smith inexplicavelmente sucumbir e Parko render-se ao problemático Jeremy Flores - tropeçava nos próprios erros. Derrota na estreia para Daniel Ross e no Round 4 para Josh Kerr. Preocupado, não conseguia demonstrar o que sabe, até hoje. Na manhã desta sexta-feira, o paulista acordou diferente. Concentrado, avançou na reperscagem, guerreou contra o Australiano Owen Wright (que inclusive quebrou a prancha no fim da bateria) e desbancou seus conterrâneos Bede Durbidge e o monstruoso Taj Burrow até ter o privilégio de subir no lugar mais alto do pódio. Irretocável, bravo, Brasileiro.
Batalha nas Quartas
Owen Wright e Adriano de Souza protagonizaram o duelo mais incrível do Billabong Rio Pro 2011. Em uma bateria alucinante, o brasileiro saiu na frente, cedeu a virada, mas conseguiu retomar. Faltando pouco mais de 3 minutos para o fim da bateria, Owen que precisava de um 6.74, dropou uma bela onda. Tempo esgotado e os dois surfistas correram para a estrutura montada na beira da praia para ver o resultado: 6.70. Para Mineiro, o alívio, para o australiano, a fúria. Ao saber da diferença mínima quebrou a prancha ao meio e se dirigiu furioso a área de entrevistas.
SEMI E FINAL:
Depois da estressante bateria contra Wright, o único representante nacional na etapa parecia prever o que aconteceria. Ficou irriquieto. Com um fone nos ouvidos, andava de um lado a outro já pronto para entrar na água. Quando o fazia, produzia junto um ritual; o sinal da cruz e uma breve oração. Ao término da finalíssima, sabendo do resultado, mergulhou o rosto na água e com as mãos unidas fora dela, agradeceu. Chorou e riu, o 1º lugar do mundo, agora é seu.
Parabéns ao Brasil
No feminino, não deu. Silvana Lima perdeu para a jovem promessa americana, Clarissa Moore. Do resto, fica o saldo positivo, da ótima organização do evento na volta à cidade maravilhosa após quase dez anos. Mar com condições regulares (e isso é da natureza) e uma estrutura para dar as melhores condições aos atletas, de prêmio, um brasileiro lá no alto, colocando de vez o país entre as maiores potências do esporte - só perde para Hawai, EUA E Austrália no número de atletas na elite - e findando estereótipos preconceituosos do segundo esporte que mais tem praticantes ao redor do mundo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário